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O termo vandalismo foi cunhado em 1794, por Henri Grégoire, bispo de Blois, para descrever a destruição de propriedade – arquitetura, obras de arte, livros, manuscritos – ocorrida durante a Revolução Francesa.

De lá para cá, o vandalismo chegou também aos museus, com alguns loucos que tentam destruir obras de arte.

A Monalisa, uma das obras mais famosas do mundo, não foi poupada. Muito pelo contrário, há muito tempo ela atrai vândalos e, por isso, é atualmente uma das obras de arte mais bem protegidas.

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Como vimos anteriormente, em O Roubo da Monalisa, a obra foi roubada em 1911, por um funcionário do museu, e só foi recuperada dois anos mais tarde   (https://arteatevoce.com/o-roubo-da-mona-lisa/)

Depois de seu retorno, ela viveu em paz no museu até 1956, quando não uma, mas duas pessoas atacaram a pintura. Um homem jogou ácido nela enquanto a obra estava em exibição em um museu em Montauban, na França.  A parte inferior da pintura foi severamente danificada. Em 30 de dezembro do mesmo ano, um jovem boliviano atirou uma pedra na pintura, fazendo com que parte do pigmento próximo ao cotovelo esquerdo da Monalisa se soltasse.

Portanto, não é nenhuma surpresa que a reação tenha sido tão forte seis anos depois, em 1963, quando à pedido da primeira-dama Jacqueline Kennedy, a obra foi emprestada aos EU, onde foi exibida na National Gallery, em Washington.

Jacqueline Kennedy na National Gallery, em Washington, em 1963. (https://www.artsy.net/article/artsy-editorial-jackie-kennedy-brought-mona-lisa-america-paris-rioted)

Jacqueline Kennedy na National Gallery, em Washington, em 1963.
(https://www.artsy.net/article/artsy-editorial-jackie-kennedy-brought-mona-lisa-america-paris-rioted)

A pintura foi exposta atrás de um vidro à prova de balas, ladeada por dois guardas e observada por detetives por trás. Meio milhão de visitantes viu a obra-prima.

O exterior do Metropolitan Museum of Art, durante a exposição da Monalisa, em 1963.
A foto mostra uma multidão de pessoas fazendo fila na Quinta Avenida e nos degraus da frente do Museu.
(https://www.artstor.org/2014/12/08/the-travels-and-travails-of-the-mona-lisa/)

Na segunda e última vez que a Mona Lisa foi emprestada, em 1974, viajou para Tóquio e Moscou.

Exposição em Tokio, 1974.

Exposição em Tokio, 1974.

Em Tóquio, onde se conta que cada visitante podia permanecer apenas dez segundos diante da tela, mais de 1,5 milhão de pessoas viram a pintura, até hoje um recorde para um museu japonês.

Mas o passeio à Tóquio não foi tão tranquilo para a dama do olhar misterioso. Uma mulher com deficiência física, incomodada com a política para deficientes do museu, borrifou tinta vermelha na pintura. A obra estava protegida por uma caixa de vidro e não foi danificada.

Desde 2005, a obra está protegida por um vidro a prova de balas. Diante dela, há uma barreira, e mais adiante, uma faixa, que demarca o limite até onde o público pode se aproximar e, de cada lado, seguranças bastante atentos.

Museu do Louvre

Museu do Louvre

Mesmo assim, em 2 de agosto de 2009, a pintura foi novamente atacada. Uma russa, perturbada por ter sido negada a ela a cidadania francesa, jogou uma caneca de chá de cerâmica, comprada no próprio museu, contra a obra, que se espatifou contra a caixa de vidro.

Hoje, a administração do Louvre afirma que a obra nunca mais deixará o museu.

Embora seja verdade que ficar no Louvre não garanta paz à dama do olhar misterioso, não há lugar melhor e mais seguro para ela do que ficar em casa.

Carolina Horta
Carolina Horta
Carolina Horta é formada em História da Arte pela Universidade de Londres e tem cursos de especialização pela “Sotheby’s Institute of Art”. Ela é servidora pública federal e trabalha no exterior há quase nove anos. Atualmente, mora em Varsóvia, na Polônia; antes disso, morou em Londres por mais de seis anos. Morando há tantos anos na Europa, ela tem tido o privilégio de frequentar feiras, bienais, exposições e inúmeros museus, assim como ter acesso a um rico e extenso material sobre arte. Arte até Você é um projeto que nasceu de sua paixão pela arte e de sua vontade de compartilhar e fazer chegar essa paixão aos leitores, onde quer que eles estejam. Sua intenção é informar, inspirar e fazer com que mais pessoas se apaixonem pela arte.

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